Resposta do Pai Paulo ao Dr. Eduardo Sá
O Pai Paulo responde a este artigo: https://observador.pt/.../criancas-podem-vir-a-escolher.../
"Pais com convicções", "Questões avulsas", Populismo puro", "Tolices",...
O Dr. Eduardo Sá mostra o lado em que está!
Estou incrédulo, ao ouvir uma pessoa tão conceituada e com tamanha visibilidade nos media dizer estas barbaridades.
Meu caro Eduardo Sá, sou Pai e a minha única convicção é mostrar o meu amor, a minha compreensão, o meu apoio à minha filha.
Ela ensinou-me que a natureza lhe deu um corpo com o qual não se identifica. Se pelo corpo não sente pertença nem orgulho, pelo nome do género não sentirá certamente.
O Sr. e todos profissionais que trabalham nos media têm a responsabilidade de ser criteriosos e sérios. Devem os Srs. desprover-se de comentários desapropriados, incipientes e conter a pequena gargalhada que a vossa mente normalizada não deixou escapar.
Procurem entrar no mundos destes seres. Sim, são seres humanos e com direitos e ninguém os influenciou aos 3 ou 4 anos para terem este tipo de sentimentos.
Pensem no sofrimento da nudez, coisa tão banal para cada um de nós e a que o banho nos obriga a observar. Pensem que partes do seu corpo não desaparecem, como se da maldita sombra se tratasse. Pensem em como pessoas com a "infelicidade" de viver em ambientes heteronormativos sofrem, escondendo o seu segredo e sentindo-se culpadas daquilo de que não têm culpa. Pensem de quantas jovens se auto-motilam e põem fim à vida, tal é o sofrimento em que vivem. O pior de tudo, é que ninguém os ouve, ninguém lhes dá um abraço, ninguém lhes pergunta "o que precisas?", ninguém lhes dá amor nem carinho. Pensem em como uma simples ida ao WC público em meio escolar ou uma confirmação de identificação se tornam em diárias e constantes "agressões" da sociedade ao sentimento seu do "Eu".
Alguns profissionais da saúde, educação, psicologia são incompetentes nestas matérias, porque não desenvolveram o conhecimento necessário e o pior é que há muitos fóbicos. infelizmente, são muitos destes fóbicos que lidam profissionalmente com estes casos, com as consequências pessoais que se podem perceber.
Informe-se melhor de quem são estes pais e venha conhecer-nos. Converse connosco, para não falar de cor nos media, pois isso sim é perigoso "influenciar a opinião pública com medos infundados". Somos pessoas de bem e apenas queremos o melhor para os nossos filhos, que sejam cidadãos com direitos e deveres, construindo uma sociedade responsável e integrativa.
Deixe-me dizer-lhe que nós pais e a nossa filha temos a sorte dela frequentar uma escola onde apenas foi necessário mostrar a Lei nº 38/2018 - direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à proteção das características sexuais (apenas por uma questão formal) e temos contado com a disponibilidade incondicional da direção, direção de turma, professores, pais e alunos.
Teria sido mais profícuo que o Dr. Eduardo Sá explicasse nos media a diferença entre sexo, género, orientação sexual e identidade de género e em como a mudança do nome, por exemplo pode trazer paz a estas mentes.
Procure este filme https://youtu.be/App0V55VrdY
Se me quiser conhecer pessoalmente tenho todo o gosto e não mordo!”
Obrigada, Pai Paulo!